22|02|15 · Nada de previsões, críticas ou qualquer coisa do tipo, listo apenas um apanhado dos meus pitacos e torcidas à premiação desse ano.
▐ MELHOR FILME
Por mim, O Grande Hotel Budapeste ganharia disparado. O filme tem uma narrativa toda própria, exótica e divertida, além de ótimas atuações e um visual de encher os olhos. É do tipo de longa que você termina já querendo reassistir. Outro merecedor de estatueta é Whiplash, que apesar da proposta trivial, tem uma linha clara de mensagem, brinca com as tensões e goza de uma abordagem musical linda de acompanhar.
Birdman é um tanto fora da caixinha – não de um jeito elogiável – e esbarra na superestima de Boyhood, cujo trabalho interessantíssimo resultou em um produto pouco além do apático. A Teoria de Tudo e O Jogo da Imitação é outra dupla que se equipara nas qualidades e defeitos, pouco se sustentando na mente do espectador após os créditos.
▐ MELHOR DIRETOR
Seguindo minha opinião anterior, Wes Anderson ganhou todos os meus dedos cruzados. Sua linguagem está bem estampada em Budapeste, na obsessão pelas simetrias, o humor excêntrico e as boas escolhas do roteiro. Pelo comprometimento da ideia, creio que o Linklater também seria um vencedor à altura.
▐ MELHOR ATOR
Surpreenderam-me por não indicarem Ralph Fiennes pelo belíssimo serviço em Budapeste, tampouco Gyllenhaal pelo inquietante O Abutre. Se fosse o caso, minhas fichas seriam deles. Mesmo com minhas ressalvas nos problemas de escalação envolvendo deficiências, Eddie Redmayne é a melhor das escolhas dentro da lista. Gosto bastante do Benedict, mas seu papel me lembrava constantemente de Sherlock e permaneci me perguntando quando John Watson iria surgir com um caso novo.
▐ MELHOR ATOR COADJUVANTE
J.K. Simmons merece tudo e ainda mais nessa categoria. Sua figura conturbada, insana e odiável em Whiplash precisa urgentemente de destaque, tão qual Miles Teller como protagonista. Menção honrosa para Ethan Hawke que, ao lado de Patricia Arquette, carregou Boyhood nas costas. Eles foram minha parte favorita do filme.
▐ MELHOR ATRIZ
Julianne Moore, favorita ou não, emocionou com Para Sempre Alice. O deterioramento gradual pelo Alzheimer é tão puro e dolorido em sua interpretação no longa que, além de ensinar, pesa bastante no emocional de quem vê.
▐ MELHOR ATRIZ COADJUVANTE
Como disse, Patricia marca meu favoritismo. Em Boyhood, chega a ser divertido vê-la tão vulnerável e confusa em certos trechos e, ainda assim, ofuscar o restante do elenco. A indicação de Emma Stone – acho-a incrível, mas convenhamos – é um equívoco por seu papel complacente em Birdman. Ignorarem o esforço de Jennifer Aniston em Cake como Melhor Atriz e colocar Stone aqui esperneia uma contradição absurda.
▐ MELHOR ROTEIRO ORIGINAL
Mais uma vez, Wes Anderson e Hugo Guinness poderiam angariar o Oscar pelo entranhado e pitoresco enredo de Budapeste, que não se isenta da coesão e de tocar quem assiste. Citação especial para Dan Gilroy com O Abutre, outro esnobado pela Academia com sua proposta difícil e instigante.
▐ MELHOR FOTOGRAFIA / FIGURINO / MAQUIAGEM E CABELO / DESIGN DE PRODUÇÃO
Começo a pensar se não seria melhor dizer que O Grande Hotel Budapeste poderia ganhar todas as opções e terminar o post. Sua fotografia é um exercício de concentração através das molduras naturais, abusando das cores de um jeito confortável aos olhos e abrindo margem à criatividade dos profissionais envolvidos. Os figurinos se conectam às personalidades do elenco e agregam à dinâmica da montagem final. O resultado é uma obra de arte de frames deliciosamente sequenciados.
▐ MELHORES EFEITOS VISUAIS
Interestelar, sem dúvidas. Toda a preocupação de Nolan em evitar o CGI e optar por estratégias de filmagens e os efeitos práticos possíveis em uma longa dessa magnitude de concepção merece seu devido reconhecimento.
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